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(Imagem retirada da Internet)

 

As regiões atravessadas pela A23 são das mais deprimidas do País, com taxas de desemprego, índices de falências e despedimentos, índices de desertificação, entre outros, sempre acima da média e com um salário médio que ronda os 650 euros. A região servida por esta autoestrada é altamente interdependente no que toca a economia, trabalho e emprego, sendo que uma grande parte da população utiliza a A23 diariamente por motivos laborais e empresariais. Mas uma autoestrada como a A23 não serve apenas os seus utilizadores, representa também um investimento no desenvolvimento de uma região inteira e um incremento na coesão nacional, tal como tantos e tantos outros investimentos quase sempre realizados nas regiões metropolitanas de Lisboa e Porto.

 

O transporte rodoviário da esmagadora maioria das importações/exportações para o Norte de Espanha e França é efetuado através da A23, no sentido Lisboa – Vilar Formoso, trajeto que, sem recurso a autoestrada ou com recurso à autoestrada com portagens, destrói a competitividade de qualquer produto ou empresa, quer seja pelo tempo, quer seja pelo custo. A introdução de portagens na A23 veio destruir por completo a capacidade competitiva e produtiva das Micro e Pequenas e Médias Empresas (MPME’s) do interior, principalmente das regiões fronteiriças, aumentando irremediavelmente os custos de vida de populações e empresas, com o abaixamento de consumo interno, falências, despedimentos e desemprego. O desvio do trânsito rodoviário para as estradas nacionais e zonas rurais, causado pela introdução de portagens teve consequências trágicas nos domínios ambiental, de qualidade de vida e de sinistralidade rodoviária.

 

Quem tomou a iniciativa de cobrar portagens nas SCUT (Sem Custos para o Utilizador) que assuma agora a responsabilidade pelo aumento da mortalidade na estrada. Os milhões de euros mensais que condutores privados e empresas gastam em portagens ao longo da A23 representam uma nova tributação: em lugar de serem gastos, investidos e circularem na economia local, estão a ir diretamente para os acionistas das concessionárias. Cada euro de portagem cobrada é um roubo que os grandes centros fazem ao interior, que as grandes empresas fazem às MPME’s.

 

A Comissão de Utentes da A23, em conjunto com outras comissões de utentes, tem desenvolvido ao longo dos últimos anos um conjunto largo de iniciativas de debate e esclarecimento, com reuniões abertas, abaixo-assinados, colocação de faixas, conferências e comunicados de imprensa, caminhadas, marchas lentas, buzinões, recolha de assinatura em livro de reclamações e em postais, entre outras iniciativas onde têm participado milhares de cidadãos que, para além de aderirem voluntária e entusiasmadamente às iniciativas da Comissão, têm manifestado a sua solidariedade com este movimento e têm dado força à luta que não pode parar.

 

A introdução de portagens nas SCUT carece de racionalidade económica, pois a receita das portagens é inferior aos enormes prejuízos causados às economias regionais. As portagens nas SCUT são um erro económico que prejudica gravemente a economia, retira poder de compra ao povo e asfixia a situação financeira das empresas, provocando a falência de muitas e consequentemente aumenta o desemprego. Do nosso ponto de vista, acabar com as portagens não é um objetivo que não possa alcançar-se. Não se trata de uma reclamação fácil, mas não impossível. Esta justa reclamação exige o esforço de todos. Não às portagens na A23! Não às portagens nas SCUT!

 

A Comissão de Utentes da A23